quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Três mulheres lavavam a roupa em um riacho próximo ao vilarejo.
Quando uma delas exclama:
_ Não gosto daquele muleque!
_Qual?
_ Aquele brincando na outra margem.
_ Ah, também não gosto. Muito metido à sabichão. Também não gosto da mãe dele, metida à santarrona!
_Soube que o filho nem é do marido dela! - susurra uma delas com indignação.
_ Mas que absurdo!
_ Verdade! - retruca.

As três por um breve momento encaram o menino com olhar de intriga fulminante. O menino olha para elas e todas disfarçam e voltam aos seus afazeres.

Anos mais tarde...

As mesmas três senhoras na rua:
_ Olha lá, não é aquele muleque?
_ O filho da Maria?
_ Ele mesmo! Sabem da última?
_ Imagino: o pai descobriu tudo!?
_ Pior mulher! Ele sabia de tudo desde o início!
_ Meu Deus!
_ E sabe o que esse muleque anda dizendo? Que é filho de Deus!
_ Mas que blasfêmia! Para onde esse mundo vai!
_ Muito convém esta desculpa hein... Aquela Maria quem diria! E eles não têm nem onde cair mortos! esse rapaz nasceu numa estrebaria! Filho de Deus? Que absurdo!

Momentos mais tarde, passa por elas outra mulher. Não exitam em seus comentários:
_ Vocês viram aquela alí?
_ A Madalena? Mulhezinha vulgar! Rouba maridos!
_ É ela a adúltera que tanto comentam né? Não merece perdão. Escrevam o que estou dizendo: essa mulher ainda vai ser apedrejada na rua e ter o que merece!


Maudosas? Quem sabe não fosse um pensamento comum àqueles que não conheciam a Jesus.
Fazia tempo que eu não escrevia nada.
Hoje comecei trazendo um ponto de vista um pouco diferente pra tentar fazer você refletir um pouco mais sobre o verdadeiro significado do Natal. Ontem em uma igreja o pregador falou sobre a coragem que José e Maria tiveram em crer no projeto de salvação de Deus e se dispuseram mesmo correndo o risco de sofrer preconceito.

O tão chamado "espírito de natal" vai além de votos de paz e felicidade, mas requer um coração aberto que procura buscar a vontade de Deus acima de tudo e indiferente ao que podem pensar de você.

Que tenhamos todos um natal cheio de amor e desprendimento. Busque romper suas próprias barreiras para levar adiante uma chama que surgiu há mais de dois mil anos.

Posso ter postado isso apenas agora, mas o verdadeiro espírito de natal é aquele que persiste mesmo depois da data convencionada. Que esta reflexão perdure pelo resto do ano.

Feliz Natal e Deus abençoe a todos!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O salto

Lá estava eu a dez metros do chão. Tudo o que se podia ver da plataforma eram árvores e o chão distante. A maioria já havia pulado e eu sem o menor nervosismo havia subido cada degrau, mas ao chegar em cima foi bem diferente.

O brinquedo chamava-se swing. Uma plataforma no meio das árvores, na base da Jocum: um lugar fantástico onde você pode desfrutar da natureza, esportes radicais e tirar um tempinho pra refletir sobre a vida.

As pessoas sobem, sentam-se, caem. Enfrentam quase 10m de queda livre até a corda se esticar e se transformarem em um pêndulo humano.

Eu me sentei, olhei para baixo, suspirei. O instrutor engatou a corda no mosquetão do meu sinto. A corda puxava meu corpo para frente. O medo é inevitável! Você não vê a corda! Ela se perde da sua vista por causa da altura vertiginosa. Na sua mente, você se esquece que está seguro. No momento é só você, prestes a cair.

O instrutor checou o equipamento e disse: "ok, agora é contigo". "Hã?" perguntei.
"Sim, agora é com você. Quando quiser...". Olhei para ele e perguntei com um nó na garganta: "Você conta?". "Sim, claro! 1...2..3...e...".

Alguns longos segundos depois de contar 3, me lancei no imenso vazio.
Não consegui gritar. O ar sumiu dos meus pulmões! E depois da grande queda, balancei nos ares suavemente. A sensação é maravilhosa! Uma sobrecarga de adrenalina acompanhada de um embalo delicioso. Logo que desci uma exclamação: "Quero ir outra vez!".

Aquilo me trouxe uma reflexão. Uma experiência altamente recomendada para conhecer a sí mesmo: É a coisa mais comum dizer que a vida é feita de decisões. Elas são inerentes à nossa existência. No entanto, nem sempre sabemos como lidar com elas.

Na hora em que se precisa ousar, lançar-se em um novo desafio, como você reage? Se algo acontecer com você, cuja unica saída seja pular sem saber se vai dar certo ou não, o que você faz? Naquele mesmo dia, o momento do salto não saiu da minha cabeça. Não consigo esquecer que eu exitei. Tive medo e por pouco deixo de experimentar uma sensação nova.

No momento em que Deus colocar uma destas oportunidades à sua frente, mesmo sabendo que você estará seguro, porém sem ver a corda: você pula?

Nossa reação natural é travar. A adrenalina se encarrega de fazer sua mente exitar. Porém, em quantas situações será preciso se lançar para alcançar o novo? Você tem fé em Deus e confiança o suficiente? Você tem a ousadia que precisa?

Demorei para postar novamente, mas esta é uma das coisas que gostaria de compartilhar com você aqui. Pensemos em como superar nossos desafios e vencer o medo dos abismos da nossa vida. Sempre firmados em verdades que nos sustentam.

Grande Abraço!
Thiago


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aumentando meus passos...

Tá legal, eu sei, todo mundo tem um blog! Agora eu também! Se vai dar certo eu ainda não sei, mas vamos esperar para ver. Não demora muito tempo vou estar com o endereço dele no nik de msn como todo mundo!

Já faz um tempo que, em uma conversa com minha colega e supervisora de trabalho, decidi que eu criaria um blog. Não para perder tempo. Não para ser mais um, mas para fazer algo de intelectualmente útil. Um bom tempo se passou e de lá para cá tenho passado por experiências que me fazem refletir sobre mim mesmo. Deus tem me dado a oportunidade de me conhecer.

Pensando no que eu deveria postar, lembrei-me de um fato que posso compartilhar com intuito de reflexão. Solenemente, quero inaugurar este espaço sem querer desperdiçar o seu tempo.

Era um fim de manhã ensolarado, e eu mais um dia esperando pelo ônibus para me conduzir ao trabalho. De repente olho para o lado e me dou conta de uma pequena criatura vindo em minha direção. "Fiii! "fi, vem cá faz favor!". Dizia a senhorinha negra de mais ou menos um metro e meio, aparentado uns 70 anos. "O cê me ajuda atravessar a rua?".
Enquanto eu colocava em ação meu nobre papel cavalheiresco em uma boa ação das mais clássicas (ajudar a velhinha a atravessar a rua), ela me contava que havia sido acometida de paralisia na infância. Pedia ajuda sempre que possível por medo de não atravessar a tempo e acidentar-se.
Ao final da curta travessia, a gentil senhora me agradeceu de forma bastante comum e até esperada. Um "obrigado", um "Deus abençoe". Porém ela disse algo que eu ainda não havia ouvido e que me deixou reflexivo até hoje: "Que Deus aumente seus passos".

Fico imaginando em quais proporções ou em quantas possibilidades esta frase, e por que não dizer: esta benção, pode se refletir. De quantas formas Deus poderia "aumentar meus passos" na vida?

Meu desejo hoje, para mim e para você que está dedicando um precioso momento seu lendo este texto, é que venhamos a crescer e aprender mais e mais. Alcançando vôos maiores, chegando a novos lugares, galgando por caminhos mais altos.

A você, também desejo:

"Que Deus aumente seus passos..."