quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

Linguagens...

Thomas é um lindo garotinho! Cheio de energia no seu primeiro ano de idade. É engraçado vê-lo fazendo careta para dizer que não gostou de alguma coisa, ou sorrindo tão espontanemente de alegria. Filho de uma brasileira com um britânico. Sua mãe, Regina, contava-nos que ainda não sabe falar inglês direito, assim como seu marido mal sabe o português. O que me leva a pensar, em como a barreira do idioma não foi capaz de impedir um casamento e seu fruto.

Desta vez, o que me fez pensar é a grande capacidade humana de estabelecer relações e contato por tantos meios diferentes. Nós, como seres sociais, desenvolvemos a comunicação e por conseqüência, estreitamos relacionamentos por meio de linguagens. Não apenas o idioma que falamos, mas aquelas formas tão peculiares de transmitir nossas ideias, intenções, sentimentos...

São aquelas expressões no rosto, os olhares, o tom de voz... cada vez que expressamos descontentamento, alegria, malícia, etc... São recursos tão naturais que o fazemos muitas vezes sem perceber. São nossas "piadas internas", nossos toques, aquilo que escrevemos, aquilo que cantarolamos, a forma como sorrimos... Nosso corpo fala por nós. Até mesmo as palavras podem ter diferentes pesos. Tanto para quem fala quanto para quem as recebe, e na forma em que recebe.

Porém, como em um idioma, duas pessoas devem conhecer a linguagem em comum, conhecer cada código, saber o contexto, conhecer o outro.

Cada um de nós possui suas linguagens, sua forma de agir e uma forma especial de falar pelos gestos. Somente com o passar do tempo é que conseguimos dominar a comunicação estabelecida. O que me leva a pensar: quanto melhor conhecermos nossas formas de expressão e conhecermos as dos outros, melhor será a comunicação e melhor serão desenvolvidas as relações. É como um jogo: quanto maior o domínio das regras e das técnicas, melhor será o resultado. O resultado pode ser belíssimo.

No jogo das nossas relações, existe uma enorme responsabilidade. A responsabilidade a respeito a conseqüências de cada palavra que deixamos escapar. A reação que provocamos com cada gesto. A reação perante o olhar, perante a maneira pela qual nos expressamos.

Se há algo que eu possa dizer, e isto, creio poderá mudar nossas vidas... Procure conhecer as linguagens daqueles com quem você convive. Procure conhecer-se melhor, pois a todo momento estamos de posse de ferramentas poderosas que podem ferir, decepcionar, matar sonhos e sentimentos, tanto quanto poderemos animar, resgatar esperanças, aprofundar amizades e até mesmo mudar um destino.

Se a morte e a vida estão no poder da língua (Provérbios 18:21, Bíblia Sagrada), quanto mais formas temos de alterar mundo que nos cerca, por meio das nossas tão particulares... Linguagens!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Transeuntes

É uma palavra nova que aprendi esses dias. Legal né? Diferente... Estranha... Por definição: Que ou quem passa por lugar ou rua, ou aquilo ou aquele que é passageiro, não dura. O uso dela veio a ser útil para este texto que já estava em mente para compartilhar com você.

Eles estavam naquele terminal frio, naquele início de noite. Quietos, porém não passaram desapercebidos. Interessante como não havia quem não olhasse, inclusive eu mesmo não deixei de notar.

Ele, certamente mais de idade, sentado em um banco, curvando-se para frente em movimentos de quem estava entregue à embriagues e adormecido. Ela, morena, mais jovem, sentava-se junto a ele. Ambos com suas vestes surradas e encardidas. Cabelos crespos endurecidos pela sujeira. Abandonados, porém, juntos. Todos olhavam aquele casal como dificilmente reparam em qualquer outro morador de rua.

Talvez pelo fato de estarem juntos. Companheiros. Duas histórias, duas vidas. Não posso saber qual era o tipo de relação entre eles, mas estavam ali, na mira daqueles olhares de quem passava. Tão diferentes do simpático casal de vizinhos que me ofereceu carona para casa dias depois... Tão diferentes dos casais de amigos que conheço, porém, na mesma condição primordial: humanos.

Na sexta, outra cena me chamou a atenção. Mais uma madrugada fria na deserta rua XV. Aqueles senhores acomodavam-se sossegadamente. Sr. Douglas, sentado junto ao Sr. Jean Carlos, recebem em seu humilde aposento, a visita de estranhos. Naqueles poucos metros de papelão espalhado pelo chão, sentados contemplando suas vidas passarem. Aproximamo-nos deles com panfletos e uma palavra amiga. Ansiávamos falar do amor de Deus àqueles homens e a conversa se estendeu. Sr. Douglas, de expressão simpática, muito bem-humorado e de um português impecável ao falar. É farmacêutico. Hoje sua profissão é a mendicância.

Logo, aproximou-se deles, Sr. Alex. Seus olhos transpareciam a carência de amor. Carregava por debaixo do casaco, um litro fechado de cachaça. Eis aí, na sarjeta, um pediatra. Ouvimos a cada um deles. Conversamos e até mesmo, cantamos junto. Oramos, abraçamos. O que me deixou marcado, foi o mesmo companheirismo. Três amigos. Três cúmplices, três parceiros. Três historias, uma amizade.

Em seguida, encontramos outros jovens como nós. Tocando e cantando para falar do mesmo amor de Deus. Uma rápida conversa e uma despedida. Uma madrugada inesquecível.

Quantas histórias e tantos porquês. Quantas pessoas com trajetórias tão distintas sob o mesmo céu. Passamos uns pelos outros. Cruzamos nossos caminhos. Transitamos por todos os lugares, mas raramente os vemos. Eles e eu, estranhos. Todos nós, transeuntes.


quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aguarde um momento, por favor...

Apenas para compartilhar uma experiência rápida: Estava eu, na semana passada, trabalhando tranquilamente quando recebo um telefonema do banco a respeito de um problema em uma conta que já não uso mais.

A fim de resolver, foi à agencia e procurei a Srta. C, que alegando não conseguir resolver, me encaminhou a Sra. M. Ela por sua vez, me recomendou ligar para um número. O número me apresentou um menu que nao resolvia e na segunda vez que liguei encontrei a atendente, que me pediu para falar com a Sra. M. Expliquei então que estava falando com a atendente porque ao falar com Sra. M, a mesma pediu para falar com a atendente. Atendente entao verificou e pediu para falar com outro numero. O outro numero incidou um 3º número, que, por sua vez nao conseguiu resolver.

Retornei à Sra. M, expliquei que não resolvi nem com o número, muito menos com a atendente que depois me passou pra outro número, que me passou ainda outro número que não resolveu e que por isso retornei a ela (Sra. M). Ela me pediu então para aguardar enquanto falava com Srta. C (a primeira da lista). Srta.C, enfim conseguiu resolver. Essa mesma, a primeira que procurei. Aquela do outro lado da salinha da Sra. M. Isto tudo em dois dias.

Ah, esse mundo pós-moderno! ah! A era da informação...como nossa vida tornou-se prática, não?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Sina


Meio-dia.

Um pobre velho tenta vender sua sexta de balas e doces em um ponto de ônibus no anseio de faturar seus primeiros centavos do dia.

Ele passa pelas pessoas oferecendo seu produto barato. Umas fingem não tê-lo visto. Ignoram sua existência. Outras, simplesmente recusam.

Sem esperança, o velho prossegue...

De repente, um homem muito bem vestido pergunta-lhe:

_ Senhor, quanto custa esta cesta ao todo?

Após 5 minutos tentando calcular um valor aproximado da sua escassa mercadoria, o pobre velho responde.

_Eu pago o dobro por tudo! Diz o senhor bem aparentado apanhando uma nota grande do bolso.

O pobre velhote não sabia se ria ou chorava. Sua alegria era tanta que acometeu-se de um ataque de risos.

Ria tanto que quase não podia ouvir uma voz que dizia ao fundo:

_Zé! Ô Zé!! Acorda! São seis da manhã! Velho maluco!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eterno

"Acho que este é o paradoxo mais lindo do mundo: um Deus que é tão grande e ao mesmo tempo pode habitar em você...", dizia Vitória em uma pequena reunião de discussão a respeito de um livro de Max Lucado. O capítulo em questão, falava justamente a respeito do tipo de deus a quem enxergamos.

Entre outras idéias que tive, pensei em escrever sobre isto. Fiquei maravilhado com este vídeo aqui logo abaixo. É uma animação 3D sobre as relações matemáticas na natureza.



Me faz lembrar da faculdade, quando estudei Proporção Áurea. Me faz lembrar quão perfeitas são as coisas criadas por Ele. Me faz desacreditar da tão famigerada "obra do acaso".

Pense, que em cada célula, onde há uma gigantesca cadeia de códigos de DNA. E esta cadeia cabe em uma parte tão minúscula. Depois você tem os tecidos, os sistemas, o corpo. E cada partícula dessa respira.

A respiração é mais uma obra divina. Antigos judeus acreditavam que o nome de Deus era muito sagrado e quase impronunciável. O som produzido pelas letras imita o som da respiração(YHWH, pronunciava-se Yahweh, que originou, Jehowah). O que nos faz lembrar que é dEle, o sopro de vida.

Quando você respira, está manifestando a existência deste Deus. Está alimentando cada pequena célula e levando oxigênio para todo seu corpo que é, por sua vez, apenas uma partícula neste infinito universo! Neste momento, nesta órbita, somos tão pequenos perante esta imensidão... Pense em quantas galáxias distantes, quantas estrelas... E o mesmo criador é capaz de morar aqui dentro do peito, enquanto respiro, enquanto penso e se importando comigo em cada detalhe da vida...

De repente, os problemas já parecem menores. A vida torna-se tão breve, nos tornamos tão frágeis. De repente, as preocupações já não tem a mesma importância. Deus está comigo, vive em mim e está ao meu redor! Mais perto do que jamais poderia calcular.

Não deixe de falar com Ele, não deixe de ao menos cumprimentá-lO! Agradeça, você respira!

terça-feira, 30 de março de 2010

As histórias de uma lata de sardinha

Ah... o calor humano! As conversas alheias...A luta pelo seu metro cúbico de desconforto. Ah! os fétidos suores, os empurrões, cutucões, as más intenções. As más, as boas e as terceiras!

Existe coisa mais peculiar que um ônibus coletivo? Este elemento tão presente na vida de tantos brasileiros no dia-dia. Hoje quero compartilhar algumas reflexões acerca deste universo paralelo. Creio que uma imensa parte da minha vida eu tenho passado dentro de um. Desde que me conheço por gente.

Quantas histórias! Quantas pessoas distintas! Quantas experiências interessantes, desagradáveis, estapafúrdias e até mesmo agradáveis se passam dentro deste lugar comum de seres humanos civilizados (ou pelo menos deveriam ser).

Dentro de um coletivo você pode encontrar o amor da sua vida! Ou não. Você pode começar uma bela amizade, pode conhecer realidades muito diferentes da sua. O que dizer das brigas? Quanta baixaria! O que dizer dos casaizinhos indiscretos com os estalos tão irritantes de suas bocas atrevidas? O que dizer daqueles que passam mal, desmaiam, regurgitam... O que dizer dos bêbados? Coisas que tornam a viagem já não tão agradável em uma experiência um tanto quanto traumatizante.

E aqueles celulares em alto volume? Tem coisa mais irritante que gente dessa laia? Acreditando piamente que pode invadir o espaço sonoro alheio com sons quase nunca interessante aos demais? Que vontade de explodir aquelas coisas!

Cada sujeito estranho... Eu poderia listar quantas criaturas estranhas eu encontro e postar toda semana um relato esdrúxulo. Três exemplos da semana passada pra cá: Um senhor grisalho com um caderno na mão colando um adesivo de Punk Rock ou coisa parecida... coisa estranha...
Uma menina de calças rasgadas, Allstar, gorro de lã no estilo "Chaves" na cabeça e uma camiseta com a inscrição "perigo: Psicopada em tratamento".

Outra ainda: estava eu tão tranquilo quando notei que o ônibus demorava para sair do ponto onde havia acabado de parar. Uma moça do lado de lá da catraca começa a discutir com outra moça de jaleco branco que acabara de embarcar para convencê-la a sair e a voltar para a clínica da qual ela havia fujido. Logo, do lado de fora, muitos outros de jaleco se juntaram para aguardar a moça. No meio da discussão, uma mulher se levanta e se aproxima brigando com o motorista dizendo que estava atrasada e não queria perder tempo por causa de loucos no ônibus. O motorista retrucou com a mesma grosseria. Fiquei pensando comigo: que atitude mais egoísta, desumana, imbecil e grosseira???

Meu!! Quanta gente estranha nesse mundo! Da onde surgem!? Enfim.
Quem sabe um dia destes eu tenha outras histórias bizarras para contar. Não vai demorar muito.

Obrigado pelos minutos da sua atenção. Eu poderia estar roubando, matando, mas estou aqui mendigando um pouco da sua atenção para este Lar de textos solitários. Não vou vender canetas que não funcionam a um real, mas eu agradeço por ter lido até aqui! Abraço!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Sobre a amizade...

Certas coisas não se fazem duas vezes na vida. Na adolescência tive meu primeiro grupo de amigos e com eles eu jogava bola. Tudo bem, se você me conhece deve estar querendo rir. É isso mesmo, não levo o menor jeito e nunca levei. Entretanto, há algum tempo fiz isso e apenas por um motivo. E este dia foi muito bom..

Era dezembro há poucos dias do Natal e um amigo veio dos EUA passar uns dias. No único dia em que eu poderia ir, ele estava aflito para jogar. Fazer o que?

Cada vez mais me convenço de que a amizade permeia as relações humanas. Não apenas a amizade, mas o amor como um todo.

No grego, existem muitos sentidos para uma mesma palavra em português: amor. Um deles é a amizade. Um tipo de amor. Creio que seja um dos mais essenciais. É um sentimento supremo e onipresente em todo tipo de relacionamento.

Deve existir amizade entre pais e filhos. Deve existir amizade entre marido e esposa. Entre Deus e você.

Ter amigos é a prova de que Deus se importa com você.

O interessante é que se trata de um tipo de amor diferente. É fraternal, não escolhe sexo, raça, status social. Nem mesmo exige que sejam pessoas iguais. É um tipo de amor que não exige presença. Claro que jamais se deve esquecer dos amigos, porém é um sentimento que não morre com a distância.

Nos caso de nós, homens o divertido é que você xinga, por brincadeira ou de verdade, briga, bate, tira o maior sarro e nada muda.

Amizade enfim é o que podemos levar da vida como um dom de Deus. E se você tem amigos, ligue, convide para sair e dar risada hoje mesmo! Seja feliz, pois presente maior você jamais terá!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Relações sociais!

Boa tarde Pessoas!

Já faz muuuito tempo que não vos escrevo, mas desta vez pretendo retomar este trabalho...Enfim, segue mais um texto. Este, inspirado por um indivíduo do meus círculo de amizade mais próximo!

Grande abraço! Apreciem sem moderação!
OBS: Hei! Comentem por favor!!!

Relações Sociais!

O que fazer de sua sexta-feira a noite quando se está muito cansado e com sono? Contrariando qualquer que seja seu pensamento agora mesmo e todo o apelo do meu fadigado corpo, atendi a um pedido que a mim é quase irrecusável.

Meu amigo, como ele mesmo disse, chamou-me para um encontro para reforçar aquela “convenção social chamada de amizade”. Conversar um pouco mesmo correndo o risco de ser agradável. Aceitei a fim de reiterar meu apreço pelas tão bem quistas pessoas as quais atribuo este papel de amigos. A fim também de demonstrar presença, uma vez que nestas convenções sociais se faz necessário lembrar e ser lembrado.

Sentados em uma mesa de praça de alimentação em um shopping, Teilor, Adriana e eu conversávamos sobre coisas das mais importantes por meio de comentários ironicamente inúteis, observações sarristas e piadas. Rir é uma das formas mais eficazes de tornar qualquer conversa mais agradável. É isso que se faz quando se está em companhia de indivíduos pelos quais se quer mais próximo. É bom estar em companhia de outros seres humanos que compartilham da mesma empatia.

Saímos do shopping para comer. Parece paradoxal, porém o deficit financeiro é agravante para escolha de onde se quer satisfazer o estômago. Ao chegar em uma barraquinha de cachorro quente, continuamos a rir e conversar sobre muitas coisas variando de cultura à futilidades.

Momentos como estes, noites como estas são imensuráveis, irremediáveis, inesquecíveis e impossíveis de se repetir, haja vista a ação implacável e irredutível do tempo.

Momentos como estes, atingem diretamente seu córtex-frontal (área do cérebro responsável pelo registro da satisfação). Faz seu cérebro liberar serotonina (substância sedativa e calmante)! Faz enfim, parecer por um momento, que é possível aproveitar momentos bons, que a vida não necessita do stress que nos é tão peculiar e que já é parte integrante da bagagem de cada dia.

Estar com outros indivíduos capazes de compartilhar determinada afetividade, afinidade e demonstrar reciprocidade e solidariedade, nos faz acreditar que somos alvos daquele indescritível sentimento chamado amor.

A amizade não se restringe ao momento, mas faz com que cada dia nos tornemos mais humanos. Nossas relações interpessoais quando bem estabelecidas são capazes de nos salvar da solidão e nos faz crer nesta idéia tão abstrata para a pós-modernidade, chamada Felicidade!